O objectivo final desta ciência é fazer a geostória de uma região, ou caso isso seja possível alargá-la a um nível mais global, a partir da análise e interpretação das sucessões estratigráficas presentes nas bacias sedimentares. Para isso conta com o apoio de diversas outras ciências complementares, como a paleontologia, a sedimentologia e a biostratigrafia.
A paleontologia e a biostratigrafia estudam o conteúdo fossilífero que pode encontrar-se em alguns estratos e assim estabelecer uma idade relativa para essa camada de rocha, permitindo então correlações entre estratos da mesma idade. Já a sedimentologia procura descobrir que fácies e ambientes sedimentares ocorreram durante a formação de determinado conjunto estratigráfico.
Esta imagem representa uma sucessão estratigráfica de rochas sedimentares presente na arriba fóssil da costa da caparica. Este tipo de fenómenos litológicos são um dos principais objectos de estudo da estratigrafia.
Durante o tempo de vida da raça humana a terra parece perene e imutável do ponto de vista gelógico, excepto quando acontecem erupções vulcânicas ou sismos. Porém durante os seus 4600 M.A de vida o nosso planeta assistiu à formação de montanhas, formação de oceanos, destruição de continentes, etc. A escala do tempo dilata-se ao historiarmos o passado geológico e ainda mais se recuarmos aos começos da Terra e do Universo, onde os milhares de milhões de anos marcam as etapas percorridas com uma imprecisão que se esfuma nessa “eternidade”. No decurso das nossas vidas revemos sem dificuldade o nosso tempo, o dos avós e até o da História, mas é com esforço que abarcamos ou evocamos a vastidão do tempo geológico.
Esquema que mostra as ocorrências no nosso planeta ao longo do tempo geológico. (clique para ampliar)
Esta grande imensidão de tempo está subdividida em eons que são subdivididos em eras que são subdivididos em períodos, etc. As subdivisões continuam até ao horizonte, dependendo dos conhecimentos paleontológicos e estratigráficos. Efectivamente quanto mais se souber sobre as fácies sedimentares de um estrato ou conjunto de estratos mais fácil se torna descodificar a informação temporal nele contida.
Uma tabela cronostratigráfica é a forma mais simples de representar as divisões cronoestratigráficas bem como os acontecimentos que tiveram lugar durante essas divisões. Este tipo de tabelas são uma ferramenta essencial para o trabalho do estratígrafo. As tabelas podem ser simples ou complexas.
Exemplos de 2 tipos de tabelas cronostratigráficas. A da esquerda é mais simples e a da direita mais detalhada. (clique para ampliar)
As unidades temporais (geocronológicas) são apenas uma de entre vários tipos que existem:
Estratigráficas – materialização de conceitos conseguida através da observação e/ou dedução
Litostratigráficas – unidades observáveis, materiais, com significado geográfico restrito. São constituídas por conjuntos litológicos que se representam consoante uma trama. (ANEXO: trama.pdf)
Biostratigráficas – unidades observáveis, materiais, com grau de abstracção intermédio entre as lito e as cronoestratigráficas. Possuem um conteúdo fossílifero.
Cronostratigráficas – unidades objectivas, com expressão geográfica global. Rochas formadas em todo o mundo durante determinado intervalo de tempo.
Geocronológicas – unidades abstractas, com expressão geográfica mundial. Intervalo de tempo durante o qual se formaram determinados conjuntos líticos.
Referências bibliográficas:
Press, F ; Siever, R ; Grotzinger, J ; Jordan, T (2006) - Para entender a terra (4ª ed) - Porto Alegre: Bookman 2006
O tempo geológico - http://domingos.home.sapo.pt/temp_geol_1.html
Galopim de Carvalho, A.M (2002) - O tempo em geologia, http://www.triplov.com/galopim/tempo.html
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lepo
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